domingo, 10 de julho de 2011

O inferno são... os outros?

É mesmo estranha essa coisa de ser.
É mesmo bizarro corresponder a si mesmo de acordo com vontades e possíveis especulações de.... o que mesmo?
É mesmo difícil discernir tudo que se quer de tudo o que esperam, vai saber


de qualquer forma



E você vai se descabelar ao ver que os outros também te enquadram, e vai se desconcertar ao sentir a fria cobrança de terceiros sobre o que se é. E você vai lutar, num árduo embate interno entre as especulações externas e as realizações internas, sem saber em que ponto ao certo se distinguem uma da outra, sem saber ao certo em que parte da fronteira tua com o mundo é que suas ações realmente te dizem quem são, ou vice e versa. E vai se perguntar, mesmo, se em certo ponto da sua vivência algo realmente te definiu, algo realmente te restringiu a um estado de Ser um tanto quanto diferente de antes. Sabe? Fluxo eterno, mudanças constantes; nesse mar, onde realmente se esconde o ponto de inflexão? Ponto aparente que, porém, se camufla ao ser sutil. Ao ser ação. Aliás, ponto não. Pontos. É algo que acontece, e não premedita. Nas teorias sobre 'Informação' ela é assim definida: algo que aparentemente desloca seu estado cognitivo, depois de receber uma informação, teoricamente sua palheta de conhecimentos e fatos se altera. 
Você, então, vai se perguntar se isso também se aplica na gama de fatores que te definem e talvez chegue a conclusão de que realmente toda essa questão é muito difícil e.... 

Não sei o que me define ... e confesso minha presente sensação de algo fora do lugar diante disto.
Sinto meus pés numa constante transição entre polos jamais tangíveis,
corda bamba pelo mundo para então desaguar no fim das contas,
pois tudo passa,
pois tudo começa e tudo termina.
E confesso, novamente, meu desconcerto ao ser aparentemente reduzida a desilusões... Inexpectativas.
Sem saber ao certo em que ponto se é,
apenas especulando e sentindo o que se tem vontade,
do direito de ir, a liberdade de vir,
do vazio do não saber, do conforto de só se deixar ser sem pensar;
Do desconforto da dúvida,
da sede do novo, do aperto da saudade,
da dor do desapontamento, da desilusão do fracasso;
Do enquadrar das regras sociais ao alinhamento cósmico dos planetas
da inevitável descarga hormonal, da intangibilidade de tal;
De ser humano, de ser mulher ,
de ter desejo, de ser aceita, de não o ser,
de me importar, de não dar a mínima.
Da indignação do apontamento....
Não quero esse dedo apontado pra mim!
Só desejo a compreensão sutil da relatividade que me apresento;
Só desejo a compreensão sutil de cada um para consigo mesmo,
é difícil olhar pra dentro depois que se reconhece o desarranjo do lado de fora,
e é fácil contrair as sobrancelhas e acenar indignação com a cabeça diante dos outros.
Olhando pra fora de si como se a desordem interna não fosse esse caos silencioso que filtramos para parecermos sãos.


Sãos como acreditamos ser saudável.

Espelho multifacetado é que eles são, esses outros!


Distorção pura carcaça adentro.

Para então cair no esquecimento de que, internamente, a cabeça desata em nó;
que dó que dá, como que não bastasse só Ser, Ser humano soa é mesmo desafinado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário